D. Carlos

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Artigo

Em Abril de 1897 abriu em Lisboa uma exposição com resultados das investigações oceanográficas realizadas por el-rei D. Carlos. Entre as novidades contava-se um exemplar raríssimo de um peixe-espada preto pescado a 1700 metros de profundidade, do qual só era conhecido outro exemplar em todo o mundo.

Na mesma exposição podiam observar-se os “espinhéis”, designação que naquela época era dada ao “aparelho de anzol”. Os pescadores de Sesimbra, exímios no uso desta arte, colocavam-na a grande profundidade, para apanhar lixas, um tubarão de grande profundidade, que ainda hoje é pescado pelo mesmo sistema.

A utilização dos “espinhéis” dos pescadores de Sesimbra, pela tripulação do iate D. Amélia, foi considerada “excessivamente difícil e penosa”: Com alguma dificuldade, capturaram exemplares da lixa (centrophorus squamosus) e do peixe-espada preto (aphanopus carbo).

Apesar daquelas espécies serem consideradas “raras” para a Ciência, a notícia do Século revela que o “espinhel” era um sistema de pesca “verdadeiramente clássico, empregado há muitos anos pelos nossos pescadores para a apanha das lixas, que habitam os grandes fundos”.

in Jornal O Século de 14 de Abril de 1897