Aiola

aiola

De entre as embarcações tradicionais que actualmente são  construídas em Sesimbra, destaca-se a aiola, pequena embarcação que ainda é usada na pesca artesanal, e cujo modelo original tinha entre 3 e 4 metros de comprimento.

De ampla utilização entre a comunidade piscatória sesimbrense, a sua popularidade deve-se, sobretudo, ao facto de ser leve e de dimensões reduzidas, perfeitamente adaptada ao mar de Sesimbra, e facilmente transportável para um lugar seguro, ao abrigo das intempéries que durante o período de Inverno assolam a Baía.

Em termos estruturais, uma das características mais distintivas da aiola é o galão, ou seja, o remate da proa.

Actualmente, existem diversos exemplares na vila, cujas linhas proporcionam uma excelente navegação. Apesar de manterem o mesmo modelo, as velas e os remos foram, na sua grande maioria, substituídos por pequenos motores de fora-de-borda.

Uma das especificidades das aiolas consiste no zingar, manobra possibilitada pela colocação de um remo na popa, movimentado pelo pescador com uma só mão.

Em 2009, os Mestres Rui e Acácio Sobral Farinha construíram uma das maiores aiolas jamais concebidas nos estaleiros da vila de Sesimbra. A embarcação, com 4,5 metros de cumprimento, foi equipada com uma vela de espicha, à semelhança das antigas embarcações de pesca sesimbrenses.

Andreia Conceição
in Sesimbr’Acontece de janeiro de 2011


Bibliografia:
CRUZ, Maria Alfreda (2009) – Pesca e Pescadores em Sesimbra. Contributo para a Narrativa do Concelho
Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra.
MOTA, Arlindo; MARTELO, João (2005) – Pescadores de Mar Muito. Testemunhos de Ângelo Sobral Farinha
Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra, pp. 37-40.
RODRIGUES, Raul Pinto (2003) – Artes e Ofícios em Sesimbra (1925/1950)
Sesimbra, colecção Livros de Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra.